terça-feira, 20 de maio de 2008

No cursinho preparatório para a escola técnica, Maria “conheceu” o Murilo. Conheceu assim mesmo entre aspas, porque ela nunca o conheceu de verdade. Mas também nunca sentiu algo que se assemelhasse tanto ao que julgava ser amor, quanto sentia por ele.
Foi apenas um mês e ela nunca falou sobre isso, exceto com as meninas com quem costumava conversar.
Depois que o curso acabou, Maria julgou que nunca mais o veria, mas, para sua surpresa, o encontrou algumas vezes no ônibus. Maria sentiu vontade de falar, mas não falou.
***
Era tudo tão novo para ela - um mundo paralelo - esta nova escola.
Havia, na garota, certa “urgência”, nova escola sempre traz novos amores e dessa vez ela tinha certeza de que daria tudo certo. O príncipe viria, num cavalo branco, finalmente.
Uma das pessoas da nova turma com a qual Maria mais conversava era Cláudio. Ele dizia que em menos de seis meses ela estaria com um cara legal. Não demorou para que a garota se apaixonasse por ele. A Paty também gostava do Cláudio, elas conversaram e Maria resolveu que seria melhor contar ao garoto.
Foi difícil como nunca falar sobre seus sentimentos.
Depois de ouvir, Cláudio passou a ignorar a garota.
Com o tempo, eles se tornaram grandes amigos. E ela já não sabia mais o que realmente sentiu um dia.
***
O nome “Renato” remetia Maria a coisas boas. Lembrava música boa, seu compositor favorito.
Mas este Renato não era o que se podia chamar de "cara legal".
Era bonito. E só.
Bem que sua amiga, que era da turma dele, tentou ajudar. Mas acabou atrapalhando.
Eu faço este favor a ela – disse ele.
Maria sentiu vontade de cuspir na cara dele.
***
Dos amores da garota, Júlio, sem dúvida, foi o mais intrigante.
Havia mistério em seus olhos... sombra. Ele, certamente, era diferente da maioria das pessoas com quem Maria estava acostumada a se relacionar. Ela precisava explicar o que de tão inexplicável exprimia-se através daquele olhar, sempre tão dúbio, acintoso.
Era manhã e o sol refletia em seus cabelos claros e uma luz particularmente especial minava de seus olhos cor-de-mel. Foi então que Maria soube que precisava descobri-lo. Mas descobriu demais...
Ele era absolutamente igual aos outros.

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