Mas... você nunca vai perder o seu lugar em mim, ainda que queira abrir mão dele.
Sabe que tudo o que temos na vida são nossas lembranças. Nós somos feitos de lembranças, tudo o que somos, toda a bagagem adquirida e tudo que aprendemos na vida fica guardado na gaveta da memória.
Não pretendo ser repetitiva ao dizer que as pessoas são insubstituíveis, mas sou levada a fazê-lo, pois elas verdadeiramente o são. Ninguém, absolutamente ninguém, é igual ao outro, e é este o grande barato da vida! E ainda tem gente que não enxerga. E pior, que não respeita. Não entro nestes méritos, o assunto aqui é outro. Estava falando de nós. Você e eu.
Pessoas como você, vêm e vão em nossas vidas, mas quando vão, não vão por inteiro, sempre deixam parcelas de si sorvidas em nós. Somos um grande aglomerado da vivência do mundo! E especialmente de pessoas que significaram mais um passo rumo a este “algo mais” do qual estamos constantemente em busca.
Repito, a despeito de qualquer outra questão humana, isto é tudo o que temos para sobreviver. Estes retalhos. Estas bolsas repletas de recortes desordenados dos quais nos apropriamos para tecer nossa própria colcha pessoal.
Daí a importância de falarmos em nós. Você nunca deixará de ser parte do que sou, mesmo não estando aqui agora. É que quero que tome consciência desta marca ao mesmo tempo tão sutil e significativa que tatuou em mim.
É por isso também que se deve dizer o que se sente e deixar sempre quem amamos ciente deste sentimento, não só com palavras, mas com atitudes, pois é assim que seremos lembrados. Tudo fica guardado na minha gaveta. E na sua também.
Tudo está definitivamente escrito na jornada do tempo, os momentos que passamos juntos (os bons e os ruins também), ninguém poderá apagá-los e nada, absolutamente nada, pode mudá-los.