quarta-feira, 14 de abril de 2010

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Amor, onde estou?
Perdi-me na complexidade de ti, na complexidade do mundo, na complexidade de mim.
Amor, a vida é um sonho afinal, e a gente nem se dá conta.
Às vezes é pesadelo e a gente sente.
Raras vezes é felicidade, amor. E a gente sente também.
Somos só sentimento, (sem) sentido. Sem.
E quando não sente, endurece, perde a ternura...
Emudece.
A tinta seca.
E a gente vai deixando a vida levar (sem poder viver)...
A finalidade é simplesmente existir.
Quero, no final, o epitáfio mais correto:
"Aqui jaz alguém que existiu"
Produziu?
Pensou?
Sorriu?
Chorou?
Amou...?
O que tenho (temos) feito...
O que fiz(eram) de mim...
O que (você) faz comigo...
E como a vida se faz... (é por nós, é de nós)
Uma questão de significantes. De "o que", "como", "quando", "por que".
Oh meu Deus, isso é tão humano!
E para a existência tanto faz, ela é auto-explicativa e está acima de qualquer significado.

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"Às vezes ouço o vento passar, e só de ouvir o vento passar, já vale a pena ter nascido."
(Fernando Pessoa)