quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Traslado


* De Corpo e Alma*

Abnegação. Algumas pessoas nascem com sorte no amor, outras não. Parece ser muito complicado, mas não é.
A única vez em que tive a impressão de que tudo estava dando certo, foi também, e não por acaso, quando senti que tudo estava meio fora do prumo.
É algo tão intocável, incolor e inodoro que só se pode pensar que não é real.
E quando, finalmente, a cegueira da paixão decide nos deixar em paz, essa perfeição toda nos apresenta sua face deformada.
Enfim, não é exatamente disto que me proponho a falar, e sim sobre aquela tal “missão” que dizem motivar esta existência, na maioria das vezes, tão esvaziada de sentido. Pois bem, não se trata de uma hipótese. Trata-se de um fato. Há certas panelas que, por defeito de fabricação ou não, simplesmente vêm sem a tampa, o que não significa que elas não sirvam para cozinhar, e tampouco se deve forçar a elas tampas que não lhes sirvam.
Não sei se me faço clara, também nem era essa a intenção.
Acontece que sinto uma coisa, hoje, pela primeira vez.
Bem-estar. Abnegação.
É possível ser feliz amando, mesmo quando você parece não ter predisposição a isso. Ora, o amor se apresenta sob várias faces, formas, conteúdos, e amar é não esperar nada em troca, muito menos amor.
Quantas as formas de ser feliz e de se sentir útil que não necessariamente recaem sobre aquela eterna busca pelo outro que, de forma mascarada, nada mais é do que a busca por si mesmo, ou por aquilo que parece completar o que falta no eu?
Às vezes o caminho destinado a você é justamente o oposto. Resignação.
Quem sabe você sinta, como hoje pude sentir, a cálida paz diante dos estranhos no espelho e entenda que é preciso ter calma. A sabedoria é um engenho. E o reconhecimento dos estranhos pode, enfim, acontecer se aprendermos novas formas de buscar.
Quando os meus olhos procuram os teus e finalmente os encontra, posso ver, em sua íris, o reflexo de minha própria imagem. Quando ouço o que você tem a dizer é como se eu que falasse, quando chora, seguro o nó na garganta e não deixo a lágrima, que nasce teimosa no canto do olho, escapar. Não posso. O forte desta história sou eu. Assumo uma postura profissional e me mantenho como uma rocha.
Mas quando você sorri, meus lábios trêmulos não me obedecem mais, acabam por revelar meus dentes, esta sou eu e para sê-lo, aqui estou. Completa, enfim.
Dentre todas as formas de amar, resigno-me e só assim sou feliz.

8 comentários:

Fernando disse...

Esse é o amor, não?

O mais difícil é atingir amor incondicional, q não cobra, q não sente ciúme, q não espera... q ama apenas, e a felicidade do ser amado é a única exigência para existe.

Tirando um ser especial chamado 'mãe', acho q todos os outros não conseguem, simplesmente por serem humanos.

Ana disse...

É isso ai.

Amor não necessariamente envolve relacionamento conjugal. Ele está em tudo.

E é o que nos faz sorrir, chorar, ter medo e vontade de viver.

Anônimo disse...

Creio que essas "panelas do amor" sejam feitas de massinhas... nenhuma é perfeita pra outra, mas elas sempre podem se moldar ao seu par...

Felicidade é ter momentos felizes.. e podemos ter isso amando ou então estando só... sendo correspondido ou platônico... desde q deixamos ser!!

Beijos
Amdreas ;)

Naiade Pinheiro disse...

AH!
Não sabe escrever...
ahuishauishausha

Marinha...o problema aprender a ter essa tão requisitada paciência, né?!
=/

amoooooooooo

beeeijos

Heloisa Emy disse...

é a segunda vez que eu leio e é a segunda vez, também que eu comento... e não sei porque, talvez esteja mais sensível, mas hoje seu texto me comoveu mais do que das outras vezes...

e a minha opinião continua sobre o significado do texto. mesmo você tendo me explicado e afirmado de que não era disso que você estava falando... mara, eu li e é isso que eu entendi. sou leitora, você escreve e eu me aposso do seu texto dando o meu significado. não se preocupe, eu dei o melhor significado que alguém poderia dar!

adorei seu texto!

esse amor que você fala, é lindo e utópico, na maioria das vezes. *concordo com que o fernando disse*

marinha, minha querida, eu te invejo(mas uma inveja boa)... há tempos estou sem imaginação, inspiração, ou seja lá como chamem isso... não gosto do que escrevo! enfim, precisamos conversar...

adoro!
sem mais,
eu!! ^^

Heloisa Emy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Hey! *literary butterfly*

Lara Bottas disse...

eu digo o mesmo

vou lendo aqui as coisas com calma, mas já me interessei muito

seja bem vinda

beijos