quarta-feira, 16 de julho de 2008

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- Pry, você tem alguma coisa pra fazer no intervalo?
- Não nada.
- É que faz tanto tempo que a gente não conversa...
- É verdade.
- Eu sinto tanta falta dos nossos “papos furados”, Pry!
- Eu também.
- Podemos passar o intervalo juntas então?
- Claro que sim, vai ser ótimo!
*

- Então, Pry, é isso que está acontecendo.
- Vixi, Marina! Nem sei o que dizer, eu sempre achei esse menino muito estranho, você sabe.
- Aiiii, Pry... calma que ele tá vindo aí.
- Ahahaha, essa é boa! Quem tem que ficar calma é você!
- Oi linda!
- Oi Paulo. Esta é a Pry, minha amiga.
- Oi, tudo bem?
- Tudo.
- Nossa Má, o que você fez? Seus olhos estão diferentes.
- É a maquiagem.
- Tá lindo! Você deveria fazer sempre. Pensando bem, sempre não, só às vezes, pra mudar um pouco! Não acha?
- Acho, acho. – a Pry respondeu fazendo força para segurar o riso.
- Tá indo pra aula de quê?
- Matemática e você?
- Nem sei... que aula a gente tem agora, Pry?
- Num lembro.
- Putz é mesmo, eu tenho muita coisa para resolver antes da aula, melhor eu ir.
- Vai lá.
- Beijo.
*

- Ahahahahaha
- Que foi, Pry, tá rindo do quê?
- Ah, Má, você vai ter que me desculpar, mas é ridículo!
- Ah, que bom! Agora você tá caçoando de mim!
- Não é de você.
- Do que é então?
- Dos dois.
- Eu pensei que você fosse minha amiga, além de rir de mim, também tá rindo do Paulo, por acaso não acabei de te contar que estou apaixonada por ele?
- Eu sei, Marina, por isso que pedi desculpa, mas tenho que ser sincera...
- ...
- A forma como vocês dois agem um com o outro é, no mínimo, estranha: vocês travam!
- Achei que fosse só eu. Então você acha que ele também fica sem saber o que dizer na minha presença?
- Você deve estar brincando... “devia fazer isso sempre, ou melhor, só de vez em quando pra mudar um pouco, não acha?” ele parecia mais um consultor de moda!
- Ah, Pry, não brinca assim não.
- Não estou brincando, ele perdeu totalmente a noção do ridículo com você!
- É uma relação estranha mesmo, eu tenho que admitir.
- Exatamente isso.


*Escrito em Agosto de 2006

3 comentários:

Ana disse...

Ridiculo para quem está de fora.
Especial para quem faz parte.
E atire a primeira pedra quem nunca sentiu "borboletas" no estômago só de ver alguém (o que sentir então, ao falar com esse alguém?!).

Marcelo Francesco disse...

Mais impressionante do que não sabermos o que fazer em frente a alguém que estamos afim, é como não percebemos as brechas que essa pessoa da também!!

me senti no intervalo do meu colegial agora, nostálgico... mto legal

Beijos

Heloisa Emy disse...

essas paixões... nunca sabemos o que falar para a pessoa, ficamos tensos, sem graças, felizes.. tudo junto. é um sentimento único, que só quem sente sabe!!

beijo...