quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Parto-me


As amarras ferem cada vez mais
Os pulsos sangram hemorragicamente,
Enquanto estas pesadas mãos em minha boca
sufocam o grito!
Preciso encontrar a válvula,
Senão a panela explode!
Deixa sair o ar, devagar...
Deixa sair o ar.
Deixar escapar a pressão
Deixo.
Não!
Bum!
Vai ao ar
Perco as rédeas de mim
Cavalo alado, atinge as nuvens
E quando volta ao chão
Já não é mais o mesmo
Pois agora conhece os perigos dos céus.
Quando volto ao chão, estou nudado, estou perdido

Leve-me de volta para mim!

O relógio continua produzindo seus barulhentos tic-tac's
Depois...
O silêncio
E então o sono.
O tempo opera milagres.
O tempo conserta.
Será?
De volta ao controle
A panela vai ao fogo "como antes"
E então?
...Pressão...
A pressão nunca pára
Ou pára, mas só quando o fogo apaga
Por ora a chama está alta,
pelos menos até onde os olhos enxergam
E se a válvula não estiver boa?
Cuidado!
A panela explode...
Bum!

"Leve-me de volta para mim".

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu, como de costume, tive a oportunidade de ler sua poesia em primeiro lugar. E é como se eu, ao ler, conseguisse visualizar a poesia naquela folha de fichário cor de rosa, cheia de rasuras... diferente. Pois lá a sua letra, os seus rabiscos, conseguem transpassar o sentimento da poesia.
Ou talvez eu que vi pois te conheço, vai saber.. rs.
Mas vamos lá ao comentário.
Que mãos são estas que te sufocam? Você, agora, tem controle sobre elas?
A pressão sempre vai existir, e o fogo só vai apagar quando você for subir nas pedras(rs)...
"Leve-me de volta para mim" Hey, Marinha, o que você quis dizer com essa frase? O que ela significou para você?
O que eu posso dizer a respeito dela é que me parece que aí você demosntra a perda de controle. Quando você sai de você. Você nunca vai voltar ao você. Uma vez que saiu, você nunca volta igual.
As pressões são outras, o conteúdo dentro da panela também... e tudo isso, faz muita diferença!
Não sei se deu para você entender o que eu quis dizer, mas qualquer coisa nós discutimos a respeito disso pessoalmente.
Concluindo meu raciocínio, gostaria de dizer que às vezes é bom perder as próprias rédeas... assim você consegue tomar conhecimento de si mesma. E perdê-las é levar a vida menos a sério!
Você sabe que eu nem gostei dessa poesia né?! =P Sua cara!
Um grande beijo.
P.S.: Já te falei que adoro nossas discussões filosóficas? rs...

Anônimo disse...

acho que vou postar o diálogo. acha impróprio? na verdade... o que acha?